Escrever é uma arte - acho que alguém já disse isso -, mas também deve ser um prazer. Se uma pessoa tem toda a técnica, todo o conhecimento da língua e do controle léxico e morfológico das palavras; se é um expert em literatura e língua, mas não tem prazer em escrever, talvez nunca produza nada realmente interessante. Acredito que a arte de escrever envolve mais sentimentos, paixão. Claro que conhecimento e técnica são importantes, indispensáveis até. Ao dizer isso fico cada vez mais em dívida comigo mesmo. Gosto de escrever, sinto prazer em fazer isso, mas acho que não é suficiente. Não, claro que não é. Mas o que posso fazer? Vou usar o que tenho - o prazer e um pouco de conhecimento; sendo que o prazer, o gosto, está em maior número. Será que isso é ruim pra mim? Talvez eu transforme esse prazer em arte. Acho muito difícil, porque tenho a mania de duvidar de mim mesmo. Auto confiança não é o meu forte. Mas vou tentar. Quando leio o currículo de muitos que publicam livros, penso: "puxa! quem sou eu!" Por exemplo, sempre vejo assim: "Formado em... pela faculdade de... participou nas pesquisas de... escreveu para o jornal... ocupou o cargo de (uma secretaria de estado)... publicou diversos livros e matérias em revistas... E por aí vai. Escritor que tem bagagem. Que tem credencial. Então, eu que não sou nenhum tolo, penso: para ser um escritor, reconhecido como tal, não basta escrever um ou dois romances, mesmo que seja uma boa história. Acredito que é preciso muito mais. Mas se eu não tenho esse mais, vou parar de escrever por isso? Não penso em agradar ninguém. Escrevo para mim mesmo, pelo simples prazer de escrever. E se alguém ler e gostar, tudo bem. Fico feliz. Que me importa currículo e status!
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